Túlio é um garotinho de quatro anos que se alimenta bem e come sozinho desde que conseguiu por a comida na boca, com as mãos ou com os talheres. Estava almoçando em companhia da tia quando soltou a seguinte frase: ‘quando eu digo que não quero, você não precisa dizer se eu quero…’
Trata-se uma criança que está acostumada a ver o seu ‘não quero’ respeitado durante as refeições e, provavelmente, essa é uma das condições que o faz comer com gosto, movido por seu próprio desejo.
O mais comum é que os pequenos, desde o nascimento, manifestem apetite e experimentem cada vez mais alimentos diferentes. Nesse processo há sempre idas e vindas, momentos de recusa, descontinuidades, mas o desejo de comer é, na imensa maioria das vezes, o que triunfa e faz da hora da refeição um prazer.
Se os adultos não puderem suportar essas turbulências normais e se precipitarem fazendo pressões e adotando estratégias que forcem a ingestão de alimentos, estarão levando a criança a entender que ela se alimenta para satisfazer o desejo deles. É isso que o Túlio está dizendo para a titia. Ele sabe que ela não precisa perder tempo tentando mudar suas vontades, consegue escolher com bastante equilíbrio.
Quando a alimentação passa a ser um meio de agradar ou controlar os outros, a criança subverte sua vontade e confusa já não sabe distinguir o que realmente lhe interessa. Aprisionada, ela pode fazer das refeições momentos de tortura para os que a acompanham!
Helena Grinover e Marcia Arantes
Caso seu filho apresente um sofrimento persistente, marque um horário para conversar.
Olá Helena,parabéns pelo seu blog,está muito bem feito.Concordo com tudo que foi dito e colocarei em prática com o meu neto.Muito sucesso a voces e espero que possam ajudar as pessoas com seus bons conselhos.
Beijos
Maria Eleonora
Maria obrigada pelo retorno.