Os alunos do sétimo ano do ensino fundamental apresentam uma peça de teatro na escola. O texto, escrito por eles, narra episódios da vida familiar. Uma das personagens é a babá que em dado momento diz: ‘adoro crianças, passo o dia todo com elas, tomo conta, ensino, lavo, alimento e no fim do dia entrego para a mãe, esperando meu salário, evidentemente!’. Em outra cena, uma personagem criança interpela a outra, sua amiga: ‘os empregados já ” tomaram conta” da sua família?’
As crianças e seus pais precisam de momentos de separação para que possam se realizar num mundo que existe para além do lar, das relações familiares…
Entretanto, o que os alunos retratam é o domínio, a terceirização, a falta de legitimidade dos cuidados exercidos por essas substitutas das funções materna e paterna.
Orientar esse serviço é uma tarefa difícil e delicada, inevitavelmente a personalidade da colaboradora irá interferir na educação das crianças e quanto mais novas elas forem, maior será a influência.
É importante acompanhar de perto o trabalho da profissional e ensiná-la a agir como uma representante autorizada dos valores, das palavras e desejos dos pais. A pessoa que não se disponha a ocupar essa posição não é indicada para ser babá.
Helena Grinover e Marcia Arantes
Contato: (11)30343065
Para quem quer refletir sobre a questão da babá na vida das crianças, escrevi sobre o tema no blog Ninguém cresce sozinho: http://ninguemcrescesozinho.com/2013/07/18/uma-reflexao-sobre-a-vida-com-e-sem-baba/