Estamos no bar de um clube esportivo, mesas arrumadas entre pequenos jardins bem cuidados. Um garotinho, com idade aproximada de cinco anos, abre a calça e urina num dos canteiros bem perto de duas senhoras. Seu pai chega rapidamente e, segurando o menino pelo braço, diz com voz forte: ‘peça desculpas a elas agora!’ Depois volta para a mesa onde estava com um amigo e outros três meninos.Todos riem do acontecido.
O senhor chamou a atenção do garoto diante de muitas pessoas por seu comportamento na presença das mulheres, mas o riso que se seguiu indica que ele não considerou a ofensa muito grave…
A cena nos levou a pensar em outro aspecto: como anda a educação para o convivio no espaço coletivo, para separar o público do privado e neste caso, da privada própriamente dita e a conversa sobre seu uso?
Teria sido um bom momento para um diálogo particular – preservando a intimidade do menino – sobre o respeito ao trabalho de quem fez o jardim, o cuidado com o que é para usufruto de todos. Impossível não lembrar do que se vê nas ruas das cidades em dias de festa, como Carnaval. A cidadania é um conjunto de atitudes do individuo dentro do convívio social que não se confunde com moralismo. Cada coisa no seu lugar!
Helena Grinover e Marcia Arantes
Por que os pais tem tanta dificuldade em impor limites, carregando até uma culpa incômoda por fazê-lo, e tento muitas vezes que se explicar aos seus amigos quando o fazem ? Vejo pequenos “folgados” em todos os lugares. Respeito é uma palavra que não faz sentido para os nossos jovens.
Adriana, os pais, no momento em que ficam culpados e sofrem para colocar os chamados limites estão desejando filhos que não tenham contrariedades, frustrações. Desejam ver a criança sempre feliz, vivendo num mundo de prazer contínuo…
Filhos, quando estão nesta posição, são usados por seus pais para realizar esse sonho de paraíso perdido e não estão, na realidade, sendo amados.
Helena Grinover