‘Sempre que estou em casa, procuro fazer algo com meu filho. Já tenho tão pouco tempo com ele!’
Muito se tem falado e escrito a respeito da importância do adulto compartilhar brincadeiras e jogos com as crianças, de estar presente, participar…Temos visto que isso leva os pais a acreditarem que é ruim para as crianças brincarem sozinhas, e que elas precisam sempre de companhia para se desenvolver, ficar feliz., sentir proteção. O comentário a respeito da situação costuma ser: coitadinho…ficou só!
Quando o adulto brinca com a criança, a tendência é de liderar a atividade, propondo ideias, soluções, mudanças de rumo. Ao contrário, quando ela está só, seu interesse navega por caminhos pessoais, conduzido pela imaginação, pela memória, num ritmo próprio .
Ao observarmos um pequenino brincando, nos surpreendemos frequentemente com o excesso de repetições, o tempo gasto em aspectos que nos parecem sem importância, a valorização de detalhes. São momentos preciosos de descoberta e criação que não aconteceriam se um adulto estivesse interferindo diretamente. Essa atividade é fundamental para a conquista de certa liberdade na relação com os outros. A falta dessa experiência pode ser vista em crianças que ficam `perdidas´ quando estão sem alguém para brincar, por pouco tempo que seja…
É bom lembrar aos pais que podem ler seus livros sossegados, e que os filhos não precisam deles todo o tempo!
Marcia Arantes e Helena Grinover
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