Colocam-se na posição de decidir ou escolher pelo filho, em situações em que ele já tem capacidade para isso e pode manifestar seu desejo. Contam episódios em que expõem fatos de sua vida privada, sem pedir licença. Ministram castigos ou reprimendas em público, causando humilhação. Parece que se sentem ‘donos’ de seus filhos, e os tratam como um objeto que não possui existência própria, desprovido de vontade, intimidade, vaidade, vergonha….
Uma criança assim tratada terá que exercer um grande esforço para encontrar seu lugar de adulto com participação ativa e responsável nas relações sociais. A construção desta identidade depende da maneira como esse pequeno ser é visto pelos pais. Ser olhado e respeitado como um cidadão, como um sujeito desde o início, é condição para que ele próprio se veja como um cidadão.
Os pais muitas vezes confundem o exercício de seu papel de autoridade, colocador de limites, transmissor de cultura, com autoritarismo.
A delicada tarefa de formar um cidadão, exige essa diferenciação.
Marcia Arantes e Helena Grinover.