Autoridade paterna

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‘Pai, me ajuda na lição de matemática?’ ‘ Filho, não posso ajudar. Não sei resolver pelo método da sua professora, e  a escola pediu para não solucionar de outro jeito´. ‘Caramba! Como pode, na sua idade não saber ensinar um problema do terceiro ano!’

Jonas está atravessando um período em que as crianças já podem ver as limitações de seus pais e o processo não é tranquilo. Trata-se de uma travessia que vai desde a enorme admiração pelo pai e pela mãe, que faz parte  da primeira infância, até a possibilidade de valorizar e respeitar outras pessoas. E a maneira com se dá essa passagem marca a vida do futuro cidadão. 

A capacidade da criança de suportar as limitações paternas e a maneira como os pais se apresentam nestas situações, constituirão diferentes relacionamentos com as figuras de autoridade e com os outros heróis, admirados, desejados.

No consultório, presenciamos as aflições dos pais em momentos como perda de emprego, doenças incuráveis e tantos outros sofrimentos, difíceis de expor aos mais novos. Preocupados, eles temem perder a admiração, o respeito, a autoridade. Mas, ao sair do lugar ‘todo poderoso’, sem vitimizações ou disfarces, fortalecem a criança, abrindo a possibilidade dela ir beber em outras fontes.

Embora a conversa entre Jonas e o pai não aborde um assunto especialmente dramático, é  um bom exemplo. Quando o adulto não  lamenta sua impossibilidade, apenas a reconhece, mostra ao filho que não há aí um fracasso. Além disso, respeita os princípios da escola, indicando com clareza o lugar da autoridade nesse caso.

Helena Grinover e Marcia Arantes

F:(11)30343065

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